SPCCTV reforça a necessidade de implementação de um rastreio do cancro do pulmão em Portugal

SPCCTV reforça a necessidade de implementação de um rastreio do cancro do pulmão em Portugal

Novembro é o mês de sensibilização para o cancro do pulmão. Neste âmbito, a Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardíaca, Torácica e Vascular (SPCCTV) realça a importância da implementação de um rastreio desta doença ao nível nacional, no sentido de prevenir a sua evolução para estádios mais avançados, em que o prognóstico se agrava e os custos de tratamento, tanto para a população como para o Estado, aumentam.

De acordo com a Dr.ª Cristina Rodrigues, vice-presidente da SPCCTV e cirurgiã torácica especialmente dedicada à área de cancro do pulmão, “o rastreio do cancro do pulmão salva vidas e poupa dinheiro ao Estado”. “É mais barato tratar estádios iniciais do que estádios avançados”, afirma a especialista, indo ao encontro das declarações prestadas por si e outros representantes da Aliança para o Cancro do Pulmão, que no dia 4 do passado mês de outubro reuniram com a Comissão Parlamentar da Saúde.

Aproveitando o mote deste mês de sensibilização para o cancro do pulmão, Cristina Rodrigues sublinha a urgência de desenvolver políticas de rastreio que permitam uma deteção precoce da doença, “aumentando assim, significativamente, as hipóteses de um tratamento eficaz”. “O cancro do pulmão não é, necessariamente, uma sentença de morte”, explica, acrescentando que, “nas fases iniciais, as possibilidades de sucesso no tratamento chegam a cerca de 60% aos cinco anos, enquanto em estádios avançados essa taxa reduz-se drasticamente para 3%”.

Como tal, a vice-presidente da SPCCTV explica que “o rastreio eficaz passa, essencialmente, pelos cuidados de saúde primários, que devem ser valorizados e apoiados”. “Os médicos de Medicina Geral e Familiar são fundamentais para um Serviço Nacional de Saúde funcional, e para isto é crucial estabelecer redes de referenciação de cancro do pulmão”, conclui. Aliado a este aspeto, e apesar dos avanços com a implementação da lei antitabágica, que representou um marco na prevenção, Cristina Rodrigues alerta para a necessidade de reforçar os programas de cessação tabágica em Portugal. “Um programa de rastreio não pode existir separado de um programa forte de cessação tabágica”, destaca, lembrando que o apoio a doentes fumadores deve ser oferecido também ao nível dos cuidados primários.

Outro ponto crítico, segundo a especialista, é a criação de um suporte social e psicológico que atenda as necessidades dos doentes e cuidadores. “Muitas vezes, doentes em áreas mais isoladas ou com limitações financeiras e de suporte familiar acabam por não aderir ao tratamento completo, por falta de apoio”, lamenta Cristina Rodrigues, defendendo que a saúde deve ser para todos, e não só para quem vive nas zonas mais centralizadas de Portugal.

Assim, neste novembro de sensibilização, a SPCCTV segue unida à Aliança para o Cancro do Pulmão, com o compromisso de aumentar a literacia em saúde e defender políticas que promovam o rastreio e apoio aos doentes com cancro do pulmão.

X
Preferencias das Cookies
Usamos Cookies para lhe garantir a melhor experiência no nosso website. Se rejeitar o uso das cookies, o website poderá não funcionar como esperado.
Aceitar todas
Rejeitar todas
Dados analíticos
Dados estatísticos de acesso ao site
Registo de dados estatísticos de acesso ao site
Aceitar
Rejeitar